Amigdalectomia
As tonsilas são agregados de tecido linfóide localizadas na entrada dos tratos respiratório e digestivo. Elas são a primeira linha de defesa contra os patógenos ingeridos ou inalados, configurando uma parte do nosso sistema imune.
Há quatro tipos de tonsilas que formam um anel circundando a faringe (orofaringe e nasofaringe), conhecido como anel de Waldeyer:
- Tonsilas palatinas, popularmente conhecidas como amígdalas;
- Tonsilas faríngeas, popularmente conhecida como adenóides;
- Tonsilas linguais
- Tonsilas tubárias
Através do exame físico é possível fazer o diagnóstico do aumento das amígdalas ou tonsilas palatinas. Ao exame de oroscopia, deve-se abrir a boca, sem colocar a língua para fora, assim conseguimos classificar o tamanho das tonsilas e qual o grau de obstrução que elas representam. A classificação varia de 0 a 4, sendo o grau 4 o maior grau de obstrução na garganta.
As principais indicações cirúrgicas são:
Obstrução da via respiratória: respiração oral, roncos, engasgos ou dificuldade de deglutição
Apneia obstrutiva do sono: pausas na respiração durante o sono
Amigdalites ou infecções de repetição
Abscesso periamigdaliano
Amigdalite crônica caseosa: casos em que restos de alimentos ficam acumulados e são eliminados na forma de caseum, frequentemente acompanhados de mau hálito.
A amigdalectomia com ou sem adenoidectomia é um dos procedimentos cirúrgicos mais comumente executados na população pediátrica.
Estudos já realizados demonstraram que a remoção das tonsilas não reduziu a imunidade ou trouxe algum prejuízo, pois essas estruturas quando apresentam aumento ou causam alguma doença já perderam a sua função de proteção.
A cirurgia é realizada no bloco cirúrgico com anestesia geral para proteção da via aérea, é feito pela boca e não ficam marcas evidentes na pele, como cortes ou manchas arroxeadas.
A remoção das amígdalas são realizadas por descolamento e após feitos pontos de sutura e cauterização elétrica para hemostasia. Não é necessário remover os pontos, pois são absorvidos e eliminados naturalmente.
Geralmente, a cirurgia é realizada de forma ambulatorial, não sendo necessário a internação. Raramente há necessidade de internação de mais de um dia. Crianças com outros problemas de saúde poderão ficar internadas por um dia ou mais.
A dor na garganta e dor referida na área da orelha são frequentes nos primeiros dias após a cirurgia. Podem ser intensas no início ou em dias subsequentes após a cirurgia. As medicações via oral geralmente são suficientes para aliviar a dor. Em adultos, a dor costuma ser mais intensa e existe maior risco cirúrgico.
Pode ocorrer mau hálito que cede em poucos dias. Febre baixa pode ocorrer nos primeiros dias após a cirurgia. Pode ocorrer a saída de sangue em pequena quantidade nos primeiros dias após a cirurgia, geralmente com fácil controle.
Na maior parte dos casos não ocorre complicação. Uma complicação rara, mas grave, é a hemorragia que pode levar à reinternação, reabordagem cirúrgica e até transfusão sanguínea.
Os cuidados necessários após a cirurgia são principalmente em relação à dieta e ao esforço físico.
- Alimentos quentes e duros devem ser evitados nos primeiros 7 a 10 dias após a cirurgia, pois podem trazer desconforto durante a mastigação e na deglutição, além de risco de hemorragia.
- Deve-se ter o cuidado de restringir atividades físicas e não se expor ao sol nos primeiros 15 dias devido ao risco de sangramento. E o esforço físico, como levantamento de pesos, deve ser evitado em 30 dias.
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